28 junho 2012

Pedi e recebereis...

Mãe:
Não se esqueça do pedido muito especial que lhe fiz.
Quero o pacote todo...
Beijinhos

27 junho 2012

Escuteira!!!!

Ontem, no caminho para a festa das crianças fiz a minha boa acção.
Uma senhora de idade encostada a um candeeiro.
- Precisa de ajuda?
- Se pudesse ajudar-me até casa...
- Claro!!!
Dei-lhe o braço e contou-me:
- Tenho a tensão muito irregular!!!
- Não devia ter saído de casa com este calor!
- Pois, mas tive que ir à farmácia...
Vive só, como tantas velhinhas deste bairro e desta cidade.
Tem apenas a companhia do neto que vem todos os dias dormir a sua casa.
- Quantos anos tem?
- Vaidosa ainda: - Quantos me dá?
- Talvez oitenta disse eu, a baixar a bitola para não a desiludir.
- Quase noventa para o mês que vem...
Quando começamos a pensar que não tarda é a nossa vez, ficamos mais sensibilizadas com estas situações.
Disse-lhe o meu nome e morada e que contasse comigo sempre que precisasse.
Falei-lhe de si, Mãe e de quantas vezes precisou de ajuda na parte final da sua vida.
Desejou-me tudo de bom para mim e família.
É muito bom quando ainda estamos com saúde poder ajudar os mais fracos.

Flores na varanda

Não tenho, nem nunca tive, jeito para arranjar a varanda cá de casa.
É um espaço de 20 m2 que podia ser aproveitado para imensa coisa mas que nunca fui capaz de pôr bonito e acolhedor.
Cada um é para o que nasce...!
Tenho tentado por diversas vezes comprar vasos e plantar flores e arbustos.
Já experimentei sardinheiras, buganvíleas, lantanas. Todas parecem muito bonitas ao princípio mas depois murcham e ficam horríveis.
Não sei se é sol a mais, se rega a menos, nada vinga.
A única coisa que sempre lá tenho, são em cada ponta umas árvores da borracha que melhor ou pior, lá se vão aguentando.
Há 3 anos, comprei uns vasos novos óptimos porque têm rodinhas e deslocam-se facilmente dum lado para o outro.
Num plantei um alecrim e no outro um pé de hortense.
Podo-os no inverno e rego-os no Verão.
O alecrim já teve melhores dias.
A hortense está uma beleza:





21 junho 2012

Uma loja extraordinária

É uma ourivesaria de Lisboa.
Tem à porta um polícia e um huskie parecido com o da fotografia.
Nunca vi tamanho amadorismo.
Estão sempre na loja, a bisavó com centenas de anos, a avó, a neta e a bisneta e ainda mais duas pessoas que não sei qual é o parentesco.
A velha está sempre a comer bolachas e a ler o jornal com uma lupa. Mete-se em tudo o que se passa na loja.
A filha, atende-nos com um ar super despistado sempre a falar ao telemóvel.
Escreve as encomendas num papelito qualquer.
Quando vamos levantar as encomendas, vão a uma caixa velha de sapatos e começam à procura entre centenas de saquinhos meio amarfanhados, alguns que já lá devem estar desde o século passado.
Prazos não são para cumprir.
Já lá fui 3 vezes para buscar uma encomenda que não sei se alguma vez verei pronta.
Não aceitam cartões. 
Como eu outro dia lhe disse que não tinha ali dinheiro disse-me:
- Vá ali ao multibanco. Não sei se sabe mexer no multibanco...
- Mal de mim que não soubesse!!!! - respondi-lhe eu.
- É que eu não sei nada dessas coisas, nem quero nada com cartões...
Facturas... nem vê-las!!!
Fuga descarada ao fisco? Penso que sim.
Entretanto a neta vai dando o leitinho à bisneta e a avó continua a comer bolachas...
E acho que é uma ourivesaria muito conceituada.
Parece do 3º Mundo.

19 junho 2012

Teresa

Mãe:
Hoje, dia 19 de Junho às 3 da tarde, nasceu mais uma sua bisneta e desta vez minha neta, filha da Marta e do Gonçalo.
É a 46ª.
Pesava 3Kg 240 e é, graças a Deus, muito perfeitinha.
Correu tudo bem e estamos todos muito contentes.
Vai-se chamar Teresa.
Eu fiquei muito cansada pois estivemos muito tempo à espera que nos viessem dizer alguma coisa e por isso não me vou alargar em escriturações.
Deixo aqui a 1ª fotografia da nossa pequenina para que a Mãe a conheça e peça a Deus que lhe dê saúde e uma vida plena.





13 junho 2012

Sabedoria

"Com muita sabedoria,
estudando muito,
pensando muito,
procurando
compreender tudo e 
todos, um homem
consegue depois de
mais ou menos
quarenta anos de vida,
aprender a ficar
calado."
Millôr Fernandes

12 junho 2012

Desabafo

- Qual é a jornalista que mais me irrita na televisão?
- A Judite de Sousa.


Deus me perdoe, mas não posso com ela.
Não percebo se é de direita ou de esquerda, se é parva ou forrada do mesmo, mas acho-a uma convencida e em todos os programas em que aparece, por mais interessada que esteja no tema, acabo sempre por mudar de canal.


E...pronto...desabafei!!!!



11 junho 2012

A crise

Este ano, com as medidas de austeridade, ficamos sem 4 ordenados cá em casa.
Vai daí, resolvi comprar batata semente, sementes de várias espécies hortícolas e pedir ao nosso devotado Manel caseiro para, nos tempos livres, fazer uma horta.
É mais uma novidade cada vez que vamos à Barcoiça. Ver a horta, zelar pelas adubações e tratamentos e ver crescer os vegetais. Mesmo que não sirva para mais nada, dá para as crianças perceberem, o que custa cultivar as coisas que aparecem, nas prateleiras dos supermercados. 
Em Abril estava assim:


Batatal






Alfaces


























Cenouras


Desde aí, já comemos imensas alfaces, trouxemos coentros e salsa para as 4 casas e hoje, tive esta boa notícia: de 10 kg de batata que semeamos temos lá 400 Kg de batatas!!!
E assim vamos convivendo com a crise. 
Batatas na mesa não nos vão faltar!!!!

03 junho 2012

Pedro e o Lobo



A Marta ofereceu-nos um "voucher" de desconto para este restaurante e fomos lá jantar e comemorar os nossos anos de casados.
O espaço é amplo e simpático.
Estava cheio.
Os criados amabilíssimos e o que nos serviu sabia perfeitamente explicar os pratos e era bom entendedor de vinhos.
Serviço rápido.
A comida, para o meu gosto, sensacional.
Só comi coisas boas.
Cada garfada: "Uhm... delicious!"
A entrada óptima, o prato principal - "Veja dos Açores com uma miscelânea de sabores", uma delicia e a sobremesa - "Branco e negro com um gelado duma coisa encarnada que não sei o que era", uma bomba calórica mas sensacional.
Adorei e recomendo a quem gosta de misturas de sabores.
Estão de parabéns os Chefes: Diogo Noronha e Nuno Bergonse.

Ainda as nossas árvores

Plantamos já há cerca de 5 anos na barcoiça uma pseudotsuga que era do tamanho de um dedo mindinho.
Têmo-la visto enraizar devagarinho, criar forças e finalmente começar a crescer.
Está assim neste momento:



Como refere a wikipedia:
"It often takes 70–80 years for the trunk to be clear to a height of 5 metres (16 ft) and 100 years to be clear to a height of 10 metres (33 ft)."
Chegam a atingir 60 a 70 metros de altura ao fim de muitas centenas de anos...
Fica lá, para os meus trinetos ou os seus filhos a apreciarem e verem-na assim:




Serão as árvores a nossa eternidade?!!!!


Num blogue que acompanho encontrei esta frase:


"É sempre um acto de enorme generosidade plantar uma árvore da qual se deixa aos outros a sua contemplação."

02 junho 2012

Jorge

Como lhe disse aqui:


Obrigada Mãe:


- Por ter gostado tanto do Jorge.

01 junho 2012

Andamos a precisar de auto estima

Faz bem à alma lusa, ler estes versos de Afonso Lopes Vieira:

                                                  Pois bem!
"Se um inglês ao passar me olhar com desdém,
num sorriso de dó eu pensarei: — Pois bem!
se tens agora o mar e a tua esquadra ingente,
fui eu que te ensinei a nadar, simplesmente.
Se nas Índias flutua essa bandeira inglesa,
fui eu que t'as cedi num dote de princesa.
e para te ensinar a ser correcto já,
coloquei-te na mão a xícara de chá...

E se for um francês que me olhar com desdém,
num sorriso de dó eu pensarei: — Pois bem!
Recorda-te que eu tenho esta vaidade imensa
de ter sido cigarra antes da Provença.
Rabelais, o teu génio, aluno eu o ensinei
Antes de Montgolfier, um século! Voei
E do teu Imperador as águias vitoriosas
fui eu que as depenei primeiro, e ás gloriosas
o Encoberto as levou, enxotando-as no ar,
por essa Espanha acima, até casa a coxear

E se um Yankee for que me olhar com desdém,
Num sorriso de dó eu pensarei: — Pois bem!
Quando um dia arribei á orla da floresta,
Wilson estava nu e de penas na testa.
Olhava para mim o vermelho doutor,
— eu era então o João Fernandes Labrador...
E o rumo que seguiste a caminho da guerra
Fui eu que to marquei, descobrindo a tua terra.

Se for um Alemão que me olhar com desdém,
num sorriso de dó eu pensarei: — Pois bem!
Eras ainda a horda e eu orgulho divino,
Tinha em veias azuis gentil sangue latino.
Siguefredo esse herói, afinal é um tenor...
Siguefredos hei mil, mas de real valor.
Os meus deuses do mar, que Valhala de Glória!
Os Nibelungos meus estão vivos na História.

Se for um Japonês que me olhar com desdém,
num sorriso de dó eu pensarei: — Pois bem!
Vê no museu Guimet um painel que lá brilha!
Sou eu que num baixel levo a Europa á tua ilha! 
Fui eu que te ensinei a dar tiros, ó raça
belicosa do mundo e do futuro ameaça.
Fernão Mendes Zeimoto e outros da minha guarda
foram-te pôr ao ombro a primeira espingarda.

Enfim, sob o desdém dos olhares, olho os céus;
Vejo no firmamento as estrelas de Deus,
e penso que não são oceanos, continentes,
as pérolas em monte e os diamantes ardentes,
que em meu orgulho calmo e enorme estão fulgindo:
— São estrelas no céu que o meu olhar, subindo,
extasiado fixou pela primeira vez...
Estrelas coroai meu sonho Português!

P.S.

A um Espanhol, claro está, nunca direi: — Pois bem!
Não concebo sequer que me olhe com desdém."