Esta história dos blogs é boa para nos obrigar a puxar pela cabeça e manter-nos atentos a tudo o que se passa.
Quer esteja à conversa com alguém, quer esteja a ler um livro, uma revista, um jornal, outros blogs, quer ande pela cidade a passear...a tudo estou mais atenta, pois há muita coisa que pode ser útil para partilhar ...não sei bem com quem...!!
Muitas vezes escrevo e não publico.
Tenho dezenas de posts editados mas não publicados.
Mas, mesmo esses, são experiências de escrita, conversas comigo própria, desabafos privados, que gosto de pré-visualizar no formato definitivo que lhes dá um bom aspecto, mas que depois não publico.
É muito bom ter este canto onde me olho por dentro e só quando quero, decido partilhar.
Tinha que levar os tapetes de arraiolos a arranjar a uma costureira que mora "para trás do sol posto", para as bandas do aeroporto.
Começamos pela Basílica da Estrela onde fotografei todas as imagens que estão na frontaria, pois não sabia bem qual era Santa Teresa de Ávila.
O interesse pela dita imagem deve-se ao facto de ela ter sido trazida para Portugal pelo 5º Avô do Jorge, António Pusich.
Já consegui descobrir na internet qual delas é.
Esta ida à Basílica apenas por interesse turístico e sem ser para ir à missa ou a um enterro, despertou-me a curiosidade de conhecer a história da Basílica e das figuras que a adornam. Hoje não estava aberta a secretaria, mas hei-de lá voltar para comprar um livro, ou um folheto, sobre esta beleza que temos ao pé da mão e que não visitamos como turistas e por isso não lhe damos a devida atenção.
E há tanta coisa desta para ver em Lisboa....
Fomos depois à Rua de São Bento captar a imagem da placa que ainda existe, na casa onde morreu Antónia Gertrudes Pusich (tetravó do Jorge).
Seguimos até Alvalade para fotografar a placa da rua que tem o nome desta tetravó.
Depois fomos para o bairro de Chelas - o tal bairro que está indicado em tantas placas em Lisboa e que eu não conhecia minimamente.
É um bairro muito degradado.
A partir da biografia que temos do António Pusich, escrita pela sua filha, sabíamos que eles viveram na Quinta de Santa Catarina, no Vale de Chelas.
Consegui na internet descobrir a fotografia dessa Quinta aqui.
Não sabíamos a morada, e depois de voltas e voltinhas já estávamos quase a desistir.
Eu, por mim, tinha desistido logo nas primeiras ruas, pois adoro ter novas ideias, mas depois sou muito pouco persistente.
O Jorge é o oposto. Raramente propõe alguma coisa, mas quando se mete numa empreitada, não desiste.
Lembra-se da construção da Barcoiça, Mãe? Eu é que tive a ideia de reconstruirmos a casa e logo que começou a construção, comecei a enervar-me e deixei de lá ir...
Se não fosse a pachorra do Jorge e a sua persistência, ainda hoje estava em ruínas...
Lá perguntou a uns velhotes que estavam num café e nos disseram para deixarmos o carro e irmos a pé por umas ruelas que desciam até ao vale de Chelas.
Disseram que era seguro, mas eu ia cheia de medo. Encontrámos um cão que olhava para nós com ar ameaçador e apesar do Jorge me dizer que ele era mais velho que eu... não consegui continuar.
Voltamos para trás e encontramos outra velhota numa casa tipo barraca de zinco, mas com um ar super limpo e a falar muito bem que nos confirmou que a Quinta era mais abaixo, mas que conseguiamos lá chegar de carro pois é mesmo na Estrada de Chelas no nº 146.
Quando eu lhe expliquei que o nosso interesse era porque tinham lá vivido os antepassados do Jorge, ela respondeu que tanto ela, como muitos outros, também lá tinham vivido, pois a Quinta esteve durante muitos anos abandonada, mas agora está toda murada, por ter sido vendida à Casa das Beiras.
Lá a encontrámos , finalmente e conseguimos tirar algumas fotografias.
Quem diria a esta senhora que viveu no seculo XVIII que havia de ser a mulher dum tetraneto que havia de resolver ir à procura da casa onde ela viveu e onde nasceram os seus filhos...
Pode ser que a mulher ou o marido de algum dos meus tetranetos venha pesquizar estes blogs....