04 março 2013

Releio-me

Hoje, ao fim de uma série de dias de ausência aos blogues, resolvi reler-me.
O que me dava tanta energia para escrever?
O que se passou que me levou a abandoná-los?
Não consigo arranjar resposta.
Ando, como toda a gente neste país, descrente e enfadada.
Não gosto de ouvir as notícias.
Não gosto dos debates da televisão.
Não gostei da demissão do Papa.
Não gostei dos comentários do Bispo Torgal Ferreira sobre o Bispo D. Carlos Azevedo.
As notícias sobre a Europa são más.
Sobre Portugal, são péssimas.
O que querem a maior parte dos jornalistas?
Incitar à revolução?
Para quê?
Para voltarem a pôr lá os mesmos que nos conduziram a esta situação?
Sinto-me diferente da voz corrente.
Mesmo os outros blogues que acompanho não me dizem nada.
Faço zapping rapidamente pelos vários canais e só me entretenho a ver os cozinhados da 1ª temporada do Masterchef Australia e do Avillez e alguns filmes raros pois a escolha é normalmente entre o mau e o muito mau.
Tive, entretanto, uma gripe com febre durante 2 dias que me deixou de gatas durante mais de uma semana.
Hoje, falando com a Isabel e comentando este estado de alma ela dizia-me que é como se estivéssemos em guerra.
Uma guerra sem armas, sem vencedores nem vencidos.
É capaz de ter razão.
Estamos numa época de grandes incertezas e sem grandes esperanças no futuro.
Tive sorte na época em que nasci e cresci.
Os valores eram firmes, sabíamos com o que podíamos contar e que o ano seguinte ia ser pelo menos igual ou melhor que o anterior.
Agora não sabemos nada.
Será isto a velhice?
Hoje, por acaso, li duas coisas com que concordo:
Uma foi a resposta do Belmiro de Azevedo aos jornalistas: "Não ligo nada a isso!" quando questionado sobre a manifestação de sábado passado.(aqui)
Outra foi a resposta que a Helena Sacadura Cabral tem engatilhada para quando lhe perguntarem sobre a "Grândola: "olhe nem sei o que lhe diga. Gosto muito da Grândola, mas tem que ser bem ensaiada. Talvez optasse pelo hino nacional. Sempre era mais patriótico e abrangente".(aqui)




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