30 setembro 2011

Conversas de escritores

Tenho andado entretida a ouvir um programa que deu na RTP em 2009/2010 e ao qual não assisti em directo: Conversa de escritores.
José Rodrigues dos Santos entrevista em suas casas os autores de "best sellers" de várias nacionalidades.
Li aqui na internet um comentário sobre este programa e tenho adorado.

Comecei por ouvir os escritores que já conhecia: Isabel Allende (li quase todos), Miguel Sousa Tavares (li - "Equador" e "Rio das Flores"), Amin Maalouf (li "Origens") , Paulo Coelho (li 2 ou três), Ian McEwan (li recentemente "Sábado") e depois os autores que desconhecia ou dos quais nunca li nada.
Achei imensa graça à entrevista com Sveva Casati Modignani de quem nunca li nada nem sei se lerei, mas ela é muito engraçada e o italiano é uma língua que me delicia ouvir. Consigo perceber praticamente tudo mas não sou capaz de falar, pois sai-me em espanhol.

Foi pena que Romana Petri - tenha dado a sua entrevista - 19/8/2009  - em português, mas fez uma observação interessante: "Lisboa é a única cidade do mundo que continua a ter a sua luminosidade mesmo em dias em que não há sol. Só Lisboa em dias sem sol continua resplandecente. É a luz do Atlântico que é diferente de todas as outras."

Da conversa com Robin Cook, que não conhecia, fiquei com curiosidade, por se tratar de um médico que escreve sobre medicina, tema que me interessa.
Pelo que percebi da sua longa bibliografia, escreve sobretudo livros de ficção científica e de "suspense" que não é nada o meu género de leitura.


Encontrei, no entanto, este livro numa estante da Barcoiça, que não sei como lá foi parar e embora a edição não me deslumbrasse - trata-se de um livro de 1972 - consegui lê-lo e até achei interessante a descrição da vida dos médicos internos dum Hospital no Havai. 
Sempre tive a ideia, sobretudo através das séries que passam na televisão que tudo funciona bem nos hospitais americanos. 



" - Dr. Peters, o doente deixou de respirar e não lhe sinto o pulso!
A voz da enfermeira ao telefone soava desesperada, mas o jovem Dr. Peters, nas primeiras semanas do seu internato, sentia-se apenas cansado e um pouco assustado. 
Não se lembrava já da última vez em que dormira. Sabia, no entanto, que nas próximas horas teria de tomar decisões de vida ou de morte em relação aos seus pacientes, ajudar os cirurgiões desdenhosos na sala de operações, lidar com enfermeiras que talvez soubessem mais do que ele, enfrentar os familiares e amigos preocupados dos doentes e sinistrados e aparentar sempre algo que ainda não alcançara - tornar-se um médico cem por cento qualificado".

Robin Cook culpa o sistema pela constatação de que a maioria dos estudantes que entram para a escola médica, cheios de visões idealistas sobre o alívio do sofrimento, a ajuda aos pobres, o fazer o bem, se transforma à saída na "reclamação do seu direito" de ter um grupo financeiramente compensador de doentes que lhe permita comprar casas e carros luxuosos, em recompensa das privações que passou nos seus anos de preparação.

Estou convencida que não deve ser muito diferente a preparação dos nossos médicos em Portugal.

Lá como cá....más fadas há!

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