09 novembro 2011

Jesus Além




Foi por influência de Laurinda Alves que tantos elogios faz a Mia Couto, que comprei este livro.

Uma prosa poética, é o que se me afigura dizer.
Bonito, sensível e triste.
A procura pelo silêncio e por fugir da realidade, leva-nos muitas vezes a pensar escondermo-nos  num sítio isolado do mundo.
Foi o que fez Silvestre Vitalício com seus dois filhos: Ntunzi e Mwanito a quem o pai chamava o "afinador de silêncios" e que é o narrador desta história.

Nas palavras do autor quando da apresentação do livro: "Em África, os silêncios são parte da conversa. O silêncio é uma outra maneira da palavra viver e há coisas que não podem ser ditas de outra maneira."

Ficou-me da leitura deste livro, uma sensação de beleza e angústia ao mesmo tempo.

Ficaram-me frases que fui sublinhando:

- ....Saudade é esperar que a farinha se refaça em grão....

- ....feliz como Adão antes de perder a costela....

- ....Toda a terra é caminho para a cabra. E todo o  chão é pasto. Não há bicho mais sábio. Sabedoria da cabra é imitar a pedra para viver....

- ....e de súbito, o sucedido se deflagrou em espanto....

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