O homem é,
por desgraça, uma solidão:
Nascemos sós, vivemos sós e
morremos sós.
Miguel Torga
29 janeiro 2012
28 janeiro 2012
Filme em tarde de Sábado
Fui ver hoje Os descendentes, filme nomeado para os Óscares.
É uma barrigada de George Clooney.
Um drama familiar bem contado, sem ser melodramático e até às vezes cómico, que nos faz rir e chorar.
O actor principal interpreta óptimamente Matt King, o Pai que passa por um dos períodos mais complicados da sua vida.
É passado no Havai mas o que nos é mostrado, é mais real do que as paisagens turísticas a que estamos habituados.
Gostei imenso e recomendo.
É uma barrigada de George Clooney.
Um drama familiar bem contado, sem ser melodramático e até às vezes cómico, que nos faz rir e chorar.
O actor principal interpreta óptimamente Matt King, o Pai que passa por um dos períodos mais complicados da sua vida.
É passado no Havai mas o que nos é mostrado, é mais real do que as paisagens turísticas a que estamos habituados.
Gostei imenso e recomendo.
27 janeiro 2012
Vícios
Já aqui confessei vários vícios…
Uns, são mesmo vícios: o dos cigarros…
Outros, talvez manias, paixões, hobbies, formas que arranjei para ocupar os tais 86 400 segundos que nos são dados diariamente.
O maior, neste momento, é a internet e a desvairada companhia que me faz.
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ZX spectrum |
Devo ter sido uma das pessoas que conheci da minha geração que, nos anos 80, primeiro começou a mexer em computadores.
Iniciei-me com o ZX Spectrum da Sinclair, que funcionava com cassetes e tinha de ser ligado à televisão.
Consegui, nessa altura, com grande esforço e noitadas até às tantas, estudar rudimentos de Basic e cheguei a fazer pequenos programas muito simples, com charadas, para as minhas filhas exercitarem os seus conhecimentos.
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Schneider |
A seguir tive, no meu emprego, o primeiro computador: um Schneider, que funcionava com uma disquete com o MS-Dos e outra com um programa chamado “Works” que tinha um rudimentar processador de texto, uma folha de cálculo e uma base de dados.
Foi meu companheiro durante bastante tempo.
Recordo a sua chegada e instalação. Com a ajuda de uma colega que também era dada a estas modernices, ligamos o computador, metemos a disquete do DOS e ficamos a olhar para aquele A) que aparecia no monitor sem saber como prosseguir…
Como detesto livros de instruções, foi por tentativa e erro que consegui começar a trabalhar com aquilo.
Nunca fiz cursos de informática a não ser um pequeno curso para aprender a trabalhar com o Word Perfect (um processador de texto complicadíssimo) .
Nunca tive medo da máquina e assim fui evoluindo e adaptando-me às novidades que cada ano iam aparecendo: o Lotus 123, o Quattro, o Excell e por fim o Windows e o Office.
Os computadores vieram facilitar enormemente o meu trabalho.
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Máquina Facit |
Desde que me formei,fazia análises estatísticas e de variância, tendo começado com uma máquina de calcular Facit que funcionava com uma manivela. Os gráficos eram feitos à mão.
O que normalmente demorava meses, passou a ser feito num instante.
Às vezes penso, como podíamos dar rendimento, a trabalhar da maneira artesanal que foram os primeiros anos da minha carreira.
A evolução nestes últimos 40 anos foi vertiginosa e daqui para a frente mais vertiginosa será. Dou graças a Deus por ter podido assistir a estes primórdios e por ter conseguido acompanhar ainda, esta evolução.
A última maravilha foi a internet. A princípio muito complicada e lentíssima (minutos intermináveis para abrir uma página) com motores de busca incipientes: o Altavista, o MSN, o Yahoo e por fim o Google.
E agora é esta maravilha que nos liga a todos, fácil de manejar, rápida e que nos abriu o mundo neste pequeno ecran.
Descobri a pesquisa fácil, o acesso aos bancos, as compras nos supermercados e lojas online, os e-mails, os jogos online (jogo muitas vezes bridge online) os blogues, o youTube, o facebook….
Passo demasiado tempo por dia à volta dela e isso quase pode ser considerado um vício.
Fico doente quando, por qualquer motivo, não funciona.
Tornámos-nos irreversivelmente dependentes das máquinas…
Devia procurar viver mais com os outros e fazer assim:
Devia procurar viver mais com os outros e fazer assim:
Ainda me lembro de a Mãe dizer que a televisão tinha cortado as conversas em família. Mas na televisão ainda estávamos todos a ver o mesmo.
O que diria, Mãe, se visse os seus netos e netas, num serão familiar, agarrados ao seu Iphone, Ipad, computador portátil, cada um a ver sua coisa?!!!
Nota: as imagens tirei-as do Google
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25 janeiro 2012
45º
Mãe:
Nasceu às 00.13 o seu 45º bisneto.
Segundo filho da Q. e do M.
Vai-se chamar Miguel em honra do Avô.
É belga, português e italiano.
Parabéns aos Pais e Avós.
Que grande família por cá deixou!
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23 janeiro 2012
Escadas de São Silvestre
Subi e desci estas escadas vezes sem conta.
Carregada com a pasta a caminho do Colégio.
Com o ar frio e puro da serra a invadir-me os pulmões e a alma.
Ternura e saudades de um tempo que já não volta...
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22 janeiro 2012
Depois de ALA virei-me para AAB
Comecei a ler "A Pesca à Linha - Algumas Memórias" de António Alçada Baptista.
É tão bom ler memórias de coisas e sítios que acompanharam a nossa infância!
E subscrevo o que ele diz:
[,,,]Quem não é capaz de se reconhecer da infância até à morte, vai ter muita dificuldade em saber quem é e o que por cá andou a fazer[...]
e mais adiante:
[...]Tenho que dizer também que as memórias são indiscutivelmente uma questão de idade que tem um perigo: quando vivemos muito da memória, temos a tentação de ficar pelo passado, de nos desinteressarmos do presente e, com isso, perdermos inteiramente o futuro. Eu procuro ter muito cuidado porque não me apetece nada viver como se fosse um antepassado de mim mesmo".
in A Pesca à Linha - Algumas Memórias
António Alçada Baptista
Editorial Presença, 5ª edição, Abri de 2000
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21 janeiro 2012
Neto na TV
A Isabel mandou-me por e-mail esta notícia que vem publicada no jornal Ionline:
Gonçalo Morais Leitão. “Se não tiver uma boa forma de vender o seu negócio, está tramado” | iOnline
O Gonçalo, seu neto vai iniciar-se na televisão.
Deus o ajude.
Achei a entrevista bem conseguida.
Herdou a imaginação da maior parte de nós e achei graça ele dizer:
Gonçalo Morais Leitão. “Se não tiver uma boa forma de vender o seu negócio, está tramado” | iOnline
O Gonçalo, seu neto vai iniciar-se na televisão.
Deus o ajude.
Achei a entrevista bem conseguida.
Herdou a imaginação da maior parte de nós e achei graça ele dizer:
"Quando saí da Cupido e estive uns meses a trabalhar por conta própria dizia que estava como idiota por conta própria. É o que eu sou. Tenho ideias.
Para muitos é o mais difícil.
Pois, para mim é relativamente fácil [risos]. A ideia surge de facto quando menos se espera. É inexplicável."
Força Gonçaleta!!!
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20 janeiro 2012
Um dia de trabalho
Desde que me reformei em 2004, raro é o dia em que não pense que a minha vida podia ser mais útil, que faço pouco, que não aproveito bem os 86 400 segundos que, segundo um e-mail que recebi ontem, me são oferecidos todas as manhãs.
Depois penso: estudei até aos 21 anos, comecei logo o estágio com um emprego de horário fixo, defendi a tese, comecei logo a trabalhar, criei 3 filhas, andei numa correria desenfreada para conseguir conjugar a vida da casa, as compras do supermercado, a falta temporária de empregadas, as doenças das filhas, as férias de escola, com o emprego, sem ajuda nem de Mãe, nem de sogra. Levei meninas ao ballet, à natação, ao ténis. Fui buscá-las às festas de anos das amigas, fui às reuniões de Pais, aos chamamentos das escolas quando alguma coisa corria mal.
Organizei festas de anos, baptizados e comunhões, 3 pedidos de casamento, 3 festas de casamento e 5 baptizados já dos netos.
Tinha um horário mais flexível do que vejo terem agora as minhas filhas (que loucura o que a este respeito se passa hoje em dia em Portugal!) mas mesmo assim, vi passar os anos num ápice, pela pressa em que andei envolvida.
Agora, ajudo as filhas com as crianças, indo buscá-los à escola, dando de almoço a dois, facilitando-lhes a vida quando estão de férias, mas mesmo assim, muitas vezes, acho que sou uma inútil.
Talvez devesse meter-me em serviços de solidariedade, mas não me apetece.
Tudo o que envolva horários tenho horror e não me proponham nada desse género, porque não aceito.
Acho que já tive horários suficientes.
Hoje, tive um dia que embora não de trabalho árduo, foi pelo menos útil e sinto-me mais contente.
Tratei de uma série de coisas que andava a adiar.
Fui fazer uma caminhada a pé logo pela manhã ("tard dans la matinée" pois já eram 10 e meia) junto ao Tejo.
Dei o almoço do costume aos meus dois pequeninos.
Fui à Optimus a Alfragide arranjar o cartão de memória do telemóvel.
Rumei via eixo norte-sul (abençoado eixo) à loja do cidadão da Estrada da Luz e neste centro que facilitou a vida a muita gente, resolvi vários pendentes: Pus uma pilha nova no aparelho da via verde (7,5 euros!!!); fui à CGA informar-me porque razão se eu morrer, o Jorge não tem direito à pensão de sobrevivência - parece que houve uma mudança a uma determinada altura da minha carreira e agora tenho que pagar o que não descontei (este ficou por tratar, pois tenho que pôr o caso por escrito); fui a um balcão de atendimento sobre Condições de Trabalho informar-me dos direitos da minha mulher a dias que não vem trabalhar há 7 meses devido a um acidente.
Aproveitei e fiz as compras do supermercado, no Pingo Doce ao lado.
E ainda tive tempo para tirar estas fotografias e vir escrever neste querido blogue....
Uffff....Estou estafada!!!!
Depois penso: estudei até aos 21 anos, comecei logo o estágio com um emprego de horário fixo, defendi a tese, comecei logo a trabalhar, criei 3 filhas, andei numa correria desenfreada para conseguir conjugar a vida da casa, as compras do supermercado, a falta temporária de empregadas, as doenças das filhas, as férias de escola, com o emprego, sem ajuda nem de Mãe, nem de sogra. Levei meninas ao ballet, à natação, ao ténis. Fui buscá-las às festas de anos das amigas, fui às reuniões de Pais, aos chamamentos das escolas quando alguma coisa corria mal.
Organizei festas de anos, baptizados e comunhões, 3 pedidos de casamento, 3 festas de casamento e 5 baptizados já dos netos.
Tinha um horário mais flexível do que vejo terem agora as minhas filhas (que loucura o que a este respeito se passa hoje em dia em Portugal!) mas mesmo assim, vi passar os anos num ápice, pela pressa em que andei envolvida.
Agora, ajudo as filhas com as crianças, indo buscá-los à escola, dando de almoço a dois, facilitando-lhes a vida quando estão de férias, mas mesmo assim, muitas vezes, acho que sou uma inútil.
Talvez devesse meter-me em serviços de solidariedade, mas não me apetece.
Tudo o que envolva horários tenho horror e não me proponham nada desse género, porque não aceito.
Acho que já tive horários suficientes.
Hoje, tive um dia que embora não de trabalho árduo, foi pelo menos útil e sinto-me mais contente.
Tratei de uma série de coisas que andava a adiar.
Fui fazer uma caminhada a pé logo pela manhã ("tard dans la matinée" pois já eram 10 e meia) junto ao Tejo.
Dei o almoço do costume aos meus dois pequeninos.
Fui à Optimus a Alfragide arranjar o cartão de memória do telemóvel.
Rumei via eixo norte-sul (abençoado eixo) à loja do cidadão da Estrada da Luz e neste centro que facilitou a vida a muita gente, resolvi vários pendentes: Pus uma pilha nova no aparelho da via verde (7,5 euros!!!); fui à CGA informar-me porque razão se eu morrer, o Jorge não tem direito à pensão de sobrevivência - parece que houve uma mudança a uma determinada altura da minha carreira e agora tenho que pagar o que não descontei (este ficou por tratar, pois tenho que pôr o caso por escrito); fui a um balcão de atendimento sobre Condições de Trabalho informar-me dos direitos da minha mulher a dias que não vem trabalhar há 7 meses devido a um acidente.
Aproveitei e fiz as compras do supermercado, no Pingo Doce ao lado.
E ainda tive tempo para tirar estas fotografias e vir escrever neste querido blogue....
Uffff....Estou estafada!!!!
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Gente com senha na loja do cidadão |
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"Graffitti" - o que é que isto quer dizer? |
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19 janeiro 2012
Decidir (2)
A propósito do meu post com o título "Decidir" hoje encontrei no blog de Rentes de Carvalho que também acompanho diariamente, a frase seguinte:
"Se faço o balanço constato que não encontrei o que procurava e, porque estava acima do meu entendimento ou me faltava sensibilidade, foi escasso o proveito. Mantenho, sim, as incertezas do começo, tropeço nos mesmos obstáculos, desaponta-me, sobretudo, a impossibilidade de mudar.
Agora é tarde, mas como deveria ter feito para ser outro? Por que razão não vi o melhor caminho? Quem me algemou? Que força, vício, defeito, me obriga a este rodar de animal puxando a nora, o chão por horizonte?"
E eu acrescento: Pois....
"Se faço o balanço constato que não encontrei o que procurava e, porque estava acima do meu entendimento ou me faltava sensibilidade, foi escasso o proveito. Mantenho, sim, as incertezas do começo, tropeço nos mesmos obstáculos, desaponta-me, sobretudo, a impossibilidade de mudar.
Agora é tarde, mas como deveria ter feito para ser outro? Por que razão não vi o melhor caminho? Quem me algemou? Que força, vício, defeito, me obriga a este rodar de animal puxando a nora, o chão por horizonte?"
E eu acrescento: Pois....
18 janeiro 2012
Ideias
"Não tenho medo da divergência das opiniões e do confronto das ideias. Do que eu tenho medo é das falsas ideias e das opiniões preconceituosas."
Concordo com o HNR aqui.
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17 janeiro 2012
Decidir
Li num dos blogues que acompanho regularmente a frase de Woody Allen: "Somos a soma total das nossas decisões."
Já tinha pensado, reflectir e escrever sobre este tema: as decisões que tomamos e o que fazemos com a nossa liberdade.
Nascemos com a estrada toda à frente, cheia de curvas e contracurvas, cruzamentos e entroncamentos.
Encontramos durante a vida, todos nós, situações em que temos de tomar decisões.
Umas grandes, outras pequenas.
Pequenas encruzilhadas, pequenas decisões, pequenos pormenores que por vezes nos dão insónias, dores de cabeça, grandes hesitações.
Grandes encruzilhadas, grandes decisões que são as mais importantes, as que realmente contam, as que vão ser o fio condutor da nossa vida, tomamo-las muitas vezes pelo impulso do momento, sem pensar duas vezes e com uma certeza absoluta.
Seremos nós verdadeiramente livres?
Quando se chega, como eu cheguei, à idade em que se faz o balanço e a "revisão da matéria", apercebemo-nos que a nossa vida podia ter sido completamente diferente se, em vez de termos entrado atabalhoadamente pela rua da esquerda, tivessemos virado à direita.
Somos, definitivamente, a soma total das nossas decisões.
Já tinha pensado, reflectir e escrever sobre este tema: as decisões que tomamos e o que fazemos com a nossa liberdade.
Nascemos com a estrada toda à frente, cheia de curvas e contracurvas, cruzamentos e entroncamentos.
Encontramos durante a vida, todos nós, situações em que temos de tomar decisões.
Umas grandes, outras pequenas.
Pequenas encruzilhadas, pequenas decisões, pequenos pormenores que por vezes nos dão insónias, dores de cabeça, grandes hesitações.
Grandes encruzilhadas, grandes decisões que são as mais importantes, as que realmente contam, as que vão ser o fio condutor da nossa vida, tomamo-las muitas vezes pelo impulso do momento, sem pensar duas vezes e com uma certeza absoluta.
Seremos nós verdadeiramente livres?
Quando se chega, como eu cheguei, à idade em que se faz o balanço e a "revisão da matéria", apercebemo-nos que a nossa vida podia ter sido completamente diferente se, em vez de termos entrado atabalhoadamente pela rua da esquerda, tivessemos virado à direita.
Somos, definitivamente, a soma total das nossas decisões.
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16 janeiro 2012
Hoje só consigo pensar nela
Será que ainda a conseguirei ver mais alguma vez, em nossa casa, na Barcoiça?
Elogiou sempre a casa, as filhas, o Jorge e por último, os netos.
É a pessoa que eu conheço que é mais agradável receber.
Entra a gabar e sai a elogiar!
Deus a ajude, querida Tia, a passar este mau bocado.
Tenho estado todo o dia perto de si.
Muitos beijinhos da sua sobrinha quase filha.
Ana
13 janeiro 2012
Dor
"Como é que se esquece alguém que se ama?
Como é que se esquece alguém que nos faz falta e que nos custa mais lembrar que viver? Quando alguém se vai embora de repente como é que se faz para ficar? Quando alguém morre, quando alguém se separa - como é que se faz quando a pessoa de quem se precisa já lá não está?
As pessoas têm de morrer; os amores de acabar. As pessoas têm de partir, os sítios têm de ficar longe uns dos outros, os tempos têm de mudar Sim, mas como se faz? Como se esquece? Devagar. É preciso esquecer devagar. Se uma pessoa tenta esquecer-se de repente, a outra pode ficar-lhe para sempre. Podem pôr-se processos e acções de despejo a quem se tem no coração, fazer os maiores escarcéus, entrar nas maiores peixeiradas, mas não se podem despejar de repente. Elas não saem de lá. Estúpidas! É preciso aguentar. Já ninguém está para isso, mas é preciso aguentar. A primeira parte de qualquer cura é aceitar-se que se está doente. É preciso paciência. O pior é que vivemos tempos imediatos em que já ninguém aguenta nada. Ninguém aguenta a dor. De cabeça ou do coração. Ninguém aguenta estar triste. Ninguém aguenta estar sozinho. Tomam-se conselhos e comprimidos. Procuram-se escapes e alternativas. Mas a tristeza só há-de passar entristecendo-se. Não se pode esquecer alguém antes de terminar de lembrá-lo. Quem procura evitar o luto, prolonga-o no tempo e desonra-o na alma. A saudade é uma dor que pode passar depois de devidamente doída, devidamente honrada. É uma dor que é preciso aceitar, primeiro, aceitar.
É preciso aceitar esta mágoa esta moinha, que nos despedaça o coração e que nos mói mesmo e que nos dá cabo do juízo. É preciso aceitar o amor e a morte, a separação e a tristeza, a falta de lógica, a falta de justiça, a falta de solução. Quantos problemas do mundo seriam menos pesados se tivessem apenas o peso que têm em si , isto é, se os livrássemos da carga que lhes damos, aceitando que não têm solução.
Não adianta fugir com o rabo à seringa. Muitas vezes nem há seringa. Nem injecção. Nem remédio. Nem conhecimento certo da doença de que se padece. Muitas vezes só existe a agulha.
Dizem-nos, para esquecer, para ocupar a cabeça, para trabalhar mais, para distrair a vista, para nos divertirmos mais, mas quanto mais conseguimos fugir, mais temos mais tarde de enfrentar. Fica tudo à nossa espera. Acumula-se-nos tudo na alma, fica tudo desarrumado.
O esquecimento não tem arte. Os momentos de esquecimento, conseguidos com grande custo, com comprimidos e amigos e livros e copos, pagam-se depois em condoídas lembranças a dobrar. Para esquecer é preciso deixar correr o coração, de lembrança em lembrança, na esperança de ele se cansar."
Miguel Esteves Cardoso, in 'Último Volume'
As pessoas têm de morrer; os amores de acabar. As pessoas têm de partir, os sítios têm de ficar longe uns dos outros, os tempos têm de mudar Sim, mas como se faz? Como se esquece? Devagar. É preciso esquecer devagar. Se uma pessoa tenta esquecer-se de repente, a outra pode ficar-lhe para sempre. Podem pôr-se processos e acções de despejo a quem se tem no coração, fazer os maiores escarcéus, entrar nas maiores peixeiradas, mas não se podem despejar de repente. Elas não saem de lá. Estúpidas! É preciso aguentar. Já ninguém está para isso, mas é preciso aguentar. A primeira parte de qualquer cura é aceitar-se que se está doente. É preciso paciência. O pior é que vivemos tempos imediatos em que já ninguém aguenta nada. Ninguém aguenta a dor. De cabeça ou do coração. Ninguém aguenta estar triste. Ninguém aguenta estar sozinho. Tomam-se conselhos e comprimidos. Procuram-se escapes e alternativas. Mas a tristeza só há-de passar entristecendo-se. Não se pode esquecer alguém antes de terminar de lembrá-lo. Quem procura evitar o luto, prolonga-o no tempo e desonra-o na alma. A saudade é uma dor que pode passar depois de devidamente doída, devidamente honrada. É uma dor que é preciso aceitar, primeiro, aceitar.
É preciso aceitar esta mágoa esta moinha, que nos despedaça o coração e que nos mói mesmo e que nos dá cabo do juízo. É preciso aceitar o amor e a morte, a separação e a tristeza, a falta de lógica, a falta de justiça, a falta de solução. Quantos problemas do mundo seriam menos pesados se tivessem apenas o peso que têm em si , isto é, se os livrássemos da carga que lhes damos, aceitando que não têm solução.
Não adianta fugir com o rabo à seringa. Muitas vezes nem há seringa. Nem injecção. Nem remédio. Nem conhecimento certo da doença de que se padece. Muitas vezes só existe a agulha.
Dizem-nos, para esquecer, para ocupar a cabeça, para trabalhar mais, para distrair a vista, para nos divertirmos mais, mas quanto mais conseguimos fugir, mais temos mais tarde de enfrentar. Fica tudo à nossa espera. Acumula-se-nos tudo na alma, fica tudo desarrumado.
O esquecimento não tem arte. Os momentos de esquecimento, conseguidos com grande custo, com comprimidos e amigos e livros e copos, pagam-se depois em condoídas lembranças a dobrar. Para esquecer é preciso deixar correr o coração, de lembrança em lembrança, na esperança de ele se cansar."
Miguel Esteves Cardoso, in 'Último Volume'
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12 janeiro 2012
Masterchef
Tenho adorado esta série "Masterchef Australia".
Pena é a programação da Sic Mulher nos obrigar a ver o mesmo programa várias vezes e só avançar uma vez por semana e a horas muito tardias.
Já só estavam 3 dos concorrentes: Adam, Claire e Callum que ontem fizeram um banquete na casa da Governadora e me fizeram estar acordada até à 1 e meia.
Giríssimo!!!
O pior é o apetite que dá!!
E a balança, meu Deus, a balança...
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10 janeiro 2012
A força do amor
Estou encantada com a possibilidade que me dá a box da Zon de gravar os filmes que vão dando nos vários canais e vê-los quando me dá jeito e me apetece.
Ontem, estava sem o Jorge e a possibilidade de ver um dramalhão e comover-me e chorar à vontade.
Foi a vez de ver este "I am Sam" com uma interpretação excepcional de Sean Penn e a muito bonita Michelle Pfeiffer.
Fica aqui o link para o trailer:
http://www.imdb.com/title/tt0277027/
Gostei imenso.
Ontem, estava sem o Jorge e a possibilidade de ver um dramalhão e comover-me e chorar à vontade.
Foi a vez de ver este "I am Sam" com uma interpretação excepcional de Sean Penn e a muito bonita Michelle Pfeiffer.
Fica aqui o link para o trailer:
http://www.imdb.com/title/tt0277027/
Gostei imenso.
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08 janeiro 2012
Um grande empresário
Tem havido uma enorme polémica nos jornais, nas televisões e nas discussões familiares, em torno da decisão da Família Soares dos Santos ter decidido mudar a sede da sua holding para a Holanda.
Estive hoje a ouvir a entrevista que A.S.S. (Presidente da empresa) deu à Sic pois não a tinha ouvido em directo.
Deixo aqui o link enquanto estiver online:
http://videos.sapo.pt/ZvJIYhaY2vZAV8MagbJw
Tenho uma grande admiração por este homem, que além de ser um grande empresário que tem criado muitos postos de trabalho em Portugal, não abdica de dizer aquilo que pensa e me parece um homem sério e bem formado.
Fiquei esclarecida sobre o assunto.
Gostei e era sobre isto que eu queria deixar aqui no blogue, do que ele diz aos 47 minutos a uma pergunta do jornalista de quais os seus maiores defeitos:
Mais ou menos isto pois não consegui apanhar na íntegra:
[...] às vezes sou rigoroso demais.
Fui rigoroso demais com os meus filhos.
Fui até intransigente.
Com os meus netos já não sou.
Aos filhos tinha a mania de os educar.
Com os meus netos só quero conversar.
Não tenho obrigação de os educar.
Tenho obrigação de lhes transmitir valores. [...]
É tal e qual o que eu penso e sinto Sr. Alexandre Soares dos Santos.
Estive hoje a ouvir a entrevista que A.S.S. (Presidente da empresa) deu à Sic pois não a tinha ouvido em directo.
Deixo aqui o link enquanto estiver online:
http://videos.sapo.pt/ZvJIYhaY2vZAV8MagbJw
Tenho uma grande admiração por este homem, que além de ser um grande empresário que tem criado muitos postos de trabalho em Portugal, não abdica de dizer aquilo que pensa e me parece um homem sério e bem formado.
Fiquei esclarecida sobre o assunto.
Gostei e era sobre isto que eu queria deixar aqui no blogue, do que ele diz aos 47 minutos a uma pergunta do jornalista de quais os seus maiores defeitos:
Mais ou menos isto pois não consegui apanhar na íntegra:
[...] às vezes sou rigoroso demais.
Fui rigoroso demais com os meus filhos.
Fui até intransigente.
Com os meus netos já não sou.
Aos filhos tinha a mania de os educar.
Com os meus netos só quero conversar.
Não tenho obrigação de os educar.
Tenho obrigação de lhes transmitir valores. [...]
É tal e qual o que eu penso e sinto Sr. Alexandre Soares dos Santos.
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07 janeiro 2012
Flores
As amigas da Marta, muito simpáticas, mandaram-me este ramo de flores em agradecimento de ter passado o fim do ano na Barcoiça.
Que queridas!
Fiquei muito sensibilizada.
Escrever
Vi, por acaso, o primeiro programa de uma série documental dedicada à vida e obra de Mário Soares - Memória do Portugal Futuro.
Gosto muito da maneira como ele expõe. Simples, íntimo, inteligente, agradável de se acompanhar.
Já não direi o mesmo em relação às suas opiniões com as quais, a maior parte das vezes, não estou de acordo.
Gosto sempre de saber pormenores da vida pessoal de figuras públicas, estas, ainda por cima, ilustradas por fotografias da sua infância e adolescência.
Gosto muito da maneira como ele expõe. Simples, íntimo, inteligente, agradável de se acompanhar.
Já não direi o mesmo em relação às suas opiniões com as quais, a maior parte das vezes, não estou de acordo.
Gosto sempre de saber pormenores da vida pessoal de figuras públicas, estas, ainda por cima, ilustradas por fotografias da sua infância e adolescência.
O programa foi acompanhado pela leitura de extractos dos seus vários diários, escritos durante toda a juventude, em cadernos do Colégio Moderno.
Fez bem em escrever tudo Dr. Mário Soares.
Muita coisa teria ficado esquecida se não a tivesse escrito.
Lembrou-me o Pai do Gonçalo que, também ele foi escrevendo tudo, quer em cartas quer em diários e agora permite que desde há cerca de 2 anos nos possamos deliciar com a leitura de tudo o que sentia e pensava de si próprio, de Portugal e do mundo.
Começou um blogue quando se reformou e a sua família tem conseguido mantê-lo actualizado com posts diários desde a sua morte.
Que bela maneira de manter vivas as pessoas de quem muito gostamos!
É bom escrever...é muito bom escrever!
Como diz o Provérbio que está no lado direito deste blogue: "As palavras voam, a escrita fica".
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03 janeiro 2012
02 janeiro 2012
Propósitos para 2012 (2)
Os mesmos que para 2011: aqui.
A maior parte deles ficaram por cumprir.
Perdão, já mandei arranjar os tapetes e mantive estes blogues vivos!!!!
A maior parte deles ficaram por cumprir.
Perdão, já mandei arranjar os tapetes e mantive estes blogues vivos!!!!
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01 janeiro 2012
Votos para 2012
"Querido Deus, tudo o que peço para 2012 é uma gorda conta bancária e um corpo magro! Favor não misturar as coisas, como fez no ano passado!"
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