Depois penso: estudei até aos 21 anos, comecei logo o estágio com um emprego de horário fixo, defendi a tese, comecei logo a trabalhar, criei 3 filhas, andei numa correria desenfreada para conseguir conjugar a vida da casa, as compras do supermercado, a falta temporária de empregadas, as doenças das filhas, as férias de escola, com o emprego, sem ajuda nem de Mãe, nem de sogra. Levei meninas ao ballet, à natação, ao ténis. Fui buscá-las às festas de anos das amigas, fui às reuniões de Pais, aos chamamentos das escolas quando alguma coisa corria mal.
Organizei festas de anos, baptizados e comunhões, 3 pedidos de casamento, 3 festas de casamento e 5 baptizados já dos netos.
Tinha um horário mais flexível do que vejo terem agora as minhas filhas (que loucura o que a este respeito se passa hoje em dia em Portugal!) mas mesmo assim, vi passar os anos num ápice, pela pressa em que andei envolvida.
Agora, ajudo as filhas com as crianças, indo buscá-los à escola, dando de almoço a dois, facilitando-lhes a vida quando estão de férias, mas mesmo assim, muitas vezes, acho que sou uma inútil.
Talvez devesse meter-me em serviços de solidariedade, mas não me apetece.
Tudo o que envolva horários tenho horror e não me proponham nada desse género, porque não aceito.
Acho que já tive horários suficientes.
Hoje, tive um dia que embora não de trabalho árduo, foi pelo menos útil e sinto-me mais contente.
Tratei de uma série de coisas que andava a adiar.
Fui fazer uma caminhada a pé logo pela manhã ("tard dans la matinée" pois já eram 10 e meia) junto ao Tejo.
Dei o almoço do costume aos meus dois pequeninos.
Fui à Optimus a Alfragide arranjar o cartão de memória do telemóvel.
Rumei via eixo norte-sul (abençoado eixo) à loja do cidadão da Estrada da Luz e neste centro que facilitou a vida a muita gente, resolvi vários pendentes: Pus uma pilha nova no aparelho da via verde (7,5 euros!!!); fui à CGA informar-me porque razão se eu morrer, o Jorge não tem direito à pensão de sobrevivência - parece que houve uma mudança a uma determinada altura da minha carreira e agora tenho que pagar o que não descontei (este ficou por tratar, pois tenho que pôr o caso por escrito); fui a um balcão de atendimento sobre Condições de Trabalho informar-me dos direitos da minha mulher a dias que não vem trabalhar há 7 meses devido a um acidente.
Aproveitei e fiz as compras do supermercado, no Pingo Doce ao lado.
E ainda tive tempo para tirar estas fotografias e vir escrever neste querido blogue....
Uffff....Estou estafada!!!!
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Gente com senha na loja do cidadão |
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"Graffitti" - o que é que isto quer dizer? |
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