Tenho andado entretida com a gravação que fiz (abençoada box da Iris by Zon) das duas temporadas da série "Downtown Abbey".
Vi os 7 + 9 episódios todos de seguida.
E entretanto fui fazendo estes fatinhos em algodão para a minha pequenina que está quase a chegar:
30 abril 2012
29 abril 2012
28 abril 2012
Dor maior
É sempre difícil vermos partir os nossos entes queridos.
Já tive, infelizmente, esta má experiência várias vezes.
Penso, no entanto, que a maior dor deve ser a de ver partir um filho.
A Mãe passou por isso com a sua valentia.
Eu, não sei se aguentaria.
A HSC deixou no seu blog esta frase sentida.
Não a conheço pessoalmente mas deixo-lhe aqui o meu abraço.
http://hsacaduracabral.blogspot.pt/2012/04/um-imenso-abraco.html
Já tive, infelizmente, esta má experiência várias vezes.
Penso, no entanto, que a maior dor deve ser a de ver partir um filho.
A Mãe passou por isso com a sua valentia.
Eu, não sei se aguentaria.
A HSC deixou no seu blog esta frase sentida.
Não a conheço pessoalmente mas deixo-lhe aqui o meu abraço.
http://hsacaduracabral.blogspot.pt/2012/04/um-imenso-abraco.html
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conversas com a Mãe,
Outros blogs
27 abril 2012
Dez réis de esperança
Se não fosse esta certeza
que nem sei de onde me vem,
não comia, nem bebia,
nem falava com ninguém.
Acocorava-me a um canto,
no mais escuro que houvesse,
punha os joelhos á boca
e viesse o que viesse.
Não fossem os olhos grandes
do ingénuo adolescente,
a chuva das penas brancas
a cair impertinente,
aquele incógnito rosto,
pintado em tons de aguarela,
que sonha no frio encosto
da vidraça da janela,
não fosse a imensa piedade
dos homens que não cresceram,
que ouviram, viram, ouviram,
viram, e não perceberam,
essas máscaras selectas,
antologia do espanto,
flores sem caule, flutuando
no pranto do desencanto,
se não fosse a fome e a sede
dessa humanidade exangue,
roía as unhas e os dedos
até os fazer em sangue.
que nem sei de onde me vem,
não comia, nem bebia,
nem falava com ninguém.
Acocorava-me a um canto,
no mais escuro que houvesse,
punha os joelhos á boca
e viesse o que viesse.
Não fossem os olhos grandes
do ingénuo adolescente,
a chuva das penas brancas
a cair impertinente,
aquele incógnito rosto,
pintado em tons de aguarela,
que sonha no frio encosto
da vidraça da janela,
não fosse a imensa piedade
dos homens que não cresceram,
que ouviram, viram, ouviram,
viram, e não perceberam,
essas máscaras selectas,
antologia do espanto,
flores sem caule, flutuando
no pranto do desencanto,
se não fosse a fome e a sede
dessa humanidade exangue,
roía as unhas e os dedos
até os fazer em sangue.
António Gedeão
26 abril 2012
"Se eu morresse ninguém dava por nada..."
http://maepreocupada.blogspot.pt/2012/04/surdez.html
Este texto é muito actual.
É o que se passa nas nossas casas.
Não temos tempo para olhar uns para os outros tão absorvidos andamos com a nova maquinaria!!!
Este texto é muito actual.
É o que se passa nas nossas casas.
Não temos tempo para olhar uns para os outros tão absorvidos andamos com a nova maquinaria!!!
24 abril 2012
Anjo meu
Tenho vários anjos da guarda.
Um, é o verdadeiro, o que desceu no dia em que nasci.
Tenho muita fé nele e todos os dias lhe rezo:
"Anjo da guarda
Minha companhia
Guarda a minha alma
De noite e de dia"
Já me livrou de várias e grandes embrulhadas:
Foi de certeza ele que nos manteve dentro do carro quando caímos por uma ribanceira abaixo, numa curva perto da estação de Mora, no Carnaval de 1964. As malas cuspidas foram contra uma árvore e ficaram todas espatifadas.
E nós, saímos daquele aparatoso acidente em que o carro deu duas cambalhotas, completamente sãos e salvos.
Foi ele que me telefonou para o telemóvel no dia 24 de Março de 2002.
Ou ele, ou alguém incumbido por ele (talvez ainda conte aqui esta história que me arrepia e que não esqueço nunca).
Foi ele que, me arranjou um buraco na sebe, no dia em que tive uma enorme vertigem na Barcoiça e conseguiu que caísse sentada, sem uma única escoriação.
É muito competente este meu anjo da guarda!!!
Mas há anjos desta terra que não posso esquecer:
A Mãe e o Pai foram os primeiros.
A Bábá e suas companheiras que nos apavoraram a existência com os sustos que nos pregavam mas que nos deram um mimo infinito.
As minhas irmãs, a família e os amigos que me acompanharam e ajudaram nas várias fases da vida.
O Jorge sempre ao meu lado nos bons e maus momentos.
Agora, tenho ainda três anjos que me ajudam e sem os quais muito dificilmente conseguiria receber as filhas e os netos.
Uma é a Maria, a porteira do prédio. Foi devido à sua simpatia que em 1973 optei por esta casa e não por outras melhores e com melhor localização.
Está sempre disponível para mim e para todos os moradores.
Já assisti à doença e morte de várias pessoas que aqui viviam e foi sempre ela que as ajudou.
Ela fez compras, limpou, cozinhou, deu banho, mudou fraldas, fez trabalho de mulher a dias, de enfermeira e de amiga.
É um coração de ouro e conto com ela.
Digo-lhe muitas vezes: "a Maria ainda há-de tratar de mim..."
Ela ri-se, pois somos quase da mesma idade.
Nunca conheci uma pessoa com tanta energia e vitalidade.
Come pouco, dorme pouquíssimo, tem uma doença hereditária de olhos que não a deixa ver quase nada, mas mesmo assim, toma conta de três netos e passa a ferro na perfeição e anda sempre alegre e bem disposta.
É um "case study" como agora se costuma dizer.
As outras duas são os meus anjos na Barcoiça:
A Sara que me acompanha desde que os netos nasceram, foi a primeira vez para lá com 18 anos para ajudar a entretê-los e agora é uma ajudante de primeira categoria: desfaz as malas deles, veste-os, calça-os, dá-lhes banho, faz o almoço e o jantar e tanto lhe faz que lá esteja pouca ou muita gente.
É despachada e uma querida.
A Cristina que já nos ajuda desde que acabamos a casa em 2002, é a fada que entra quando nós saímos e arruma e limpa tudo e nos espera com um ar sorridente com a casa num "brinco", o frigorífico cheio das coisas essenciais e flores nas jarras.
Deixo aqui esta homenagem a todos estes anjos que guardo dentro do meu coração e sem os quais talvez pudesse viver, mas...
Não era a mesma coisa...!!!!

[purple][b]Recados animados para orkut gratuitamente!
Um, é o verdadeiro, o que desceu no dia em que nasci.
Tenho muita fé nele e todos os dias lhe rezo:
"Anjo da guarda
Minha companhia
Guarda a minha alma
De noite e de dia"
Já me livrou de várias e grandes embrulhadas:
Foi de certeza ele que nos manteve dentro do carro quando caímos por uma ribanceira abaixo, numa curva perto da estação de Mora, no Carnaval de 1964. As malas cuspidas foram contra uma árvore e ficaram todas espatifadas.
E nós, saímos daquele aparatoso acidente em que o carro deu duas cambalhotas, completamente sãos e salvos.
Foi ele que me telefonou para o telemóvel no dia 24 de Março de 2002.
Ou ele, ou alguém incumbido por ele (talvez ainda conte aqui esta história que me arrepia e que não esqueço nunca).
Foi ele que, me arranjou um buraco na sebe, no dia em que tive uma enorme vertigem na Barcoiça e conseguiu que caísse sentada, sem uma única escoriação.
É muito competente este meu anjo da guarda!!!
Mas há anjos desta terra que não posso esquecer:
A Mãe e o Pai foram os primeiros.
A Bábá e suas companheiras que nos apavoraram a existência com os sustos que nos pregavam mas que nos deram um mimo infinito.
As minhas irmãs, a família e os amigos que me acompanharam e ajudaram nas várias fases da vida.
O Jorge sempre ao meu lado nos bons e maus momentos.
Agora, tenho ainda três anjos que me ajudam e sem os quais muito dificilmente conseguiria receber as filhas e os netos.
Uma é a Maria, a porteira do prédio. Foi devido à sua simpatia que em 1973 optei por esta casa e não por outras melhores e com melhor localização.
Está sempre disponível para mim e para todos os moradores.
Já assisti à doença e morte de várias pessoas que aqui viviam e foi sempre ela que as ajudou.
Ela fez compras, limpou, cozinhou, deu banho, mudou fraldas, fez trabalho de mulher a dias, de enfermeira e de amiga.
É um coração de ouro e conto com ela.
Digo-lhe muitas vezes: "a Maria ainda há-de tratar de mim..."
Ela ri-se, pois somos quase da mesma idade.
Nunca conheci uma pessoa com tanta energia e vitalidade.
Come pouco, dorme pouquíssimo, tem uma doença hereditária de olhos que não a deixa ver quase nada, mas mesmo assim, toma conta de três netos e passa a ferro na perfeição e anda sempre alegre e bem disposta.
É um "case study" como agora se costuma dizer.
As outras duas são os meus anjos na Barcoiça:
A Sara que me acompanha desde que os netos nasceram, foi a primeira vez para lá com 18 anos para ajudar a entretê-los e agora é uma ajudante de primeira categoria: desfaz as malas deles, veste-os, calça-os, dá-lhes banho, faz o almoço e o jantar e tanto lhe faz que lá esteja pouca ou muita gente.
É despachada e uma querida.
A Cristina que já nos ajuda desde que acabamos a casa em 2002, é a fada que entra quando nós saímos e arruma e limpa tudo e nos espera com um ar sorridente com a casa num "brinco", o frigorífico cheio das coisas essenciais e flores nas jarras.
Deixo aqui esta homenagem a todos estes anjos que guardo dentro do meu coração e sem os quais talvez pudesse viver, mas...
Não era a mesma coisa...!!!!
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22 abril 2012
Risotto
Descobri há pouco tempo que adoro risotto.
No Masterchef Austrália aconselharam o risotto carnaroli.
Encontrei-o no Lidl (só têm muito de vez em quando).
Experimentei hoje o de "asparagi".
Segui a receita que vem na embalagem:
"1) - Aqueça 3 colheres de sopa de azeite num tacho.
2) - Deite o conteúdo da embalagem no tacho, deixe alourar e tempere a gosto com vinho branco.
3) - Acrescente aos poucos 800 ml de água ou caldo e tempere com sal
4) - Deixe cozer durante 16-18 minutos, mexa ocasionalmente.
5) - Acrescente manteiga e queijo parmesão a gosto."
Dei-lhe um toque pessoal pois cozi espargos frescos, aproveitei a água da cozedura para juntar ao risotto e no fim meti-lhe os espargos cortados.
Uhm..."delicious"!!!!
Deixo aqui a fotografia da embalagem e do que sobrou do almoço de dois.
No Masterchef Austrália aconselharam o risotto carnaroli.
Encontrei-o no Lidl (só têm muito de vez em quando).
Experimentei hoje o de "asparagi".
Segui a receita que vem na embalagem:
"1) - Aqueça 3 colheres de sopa de azeite num tacho.
2) - Deite o conteúdo da embalagem no tacho, deixe alourar e tempere a gosto com vinho branco.
3) - Acrescente aos poucos 800 ml de água ou caldo e tempere com sal
4) - Deixe cozer durante 16-18 minutos, mexa ocasionalmente.
5) - Acrescente manteiga e queijo parmesão a gosto."
Dei-lhe um toque pessoal pois cozi espargos frescos, aproveitei a água da cozedura para juntar ao risotto e no fim meti-lhe os espargos cortados.
Uhm..."delicious"!!!!
Deixo aqui a fotografia da embalagem e do que sobrou do almoço de dois.
20 abril 2012
Não gosto
Há que tempos que o blogger nos anda a incentivar a adoptar o novo visual.
Fui resistindo pois custa-me sempre adaptar aos novos modelos.
Agora é obrigatório.
Ando para aqui às "aranhas".
Que mania de mudanças que existe nesta coisa da informática!!!
Quando parece que já somos donos e senhores da ferramenta, mudam tudo.
Deve ser para melhor, mas a adaptação é sempre complicada.
Vamos ver...
Ando já há algum tempo a pensar que este blogue deve terminar pois a finalidade a que me propus, já está mais que ultrapassada.
Talvez vá criar um blogue novo, mais íntimo e fechado.
Talvez esta mudança do blogger acelere essa decisão.
Talvez...
Fui resistindo pois custa-me sempre adaptar aos novos modelos.
Agora é obrigatório.
Ando para aqui às "aranhas".
Que mania de mudanças que existe nesta coisa da informática!!!
Quando parece que já somos donos e senhores da ferramenta, mudam tudo.
Deve ser para melhor, mas a adaptação é sempre complicada.
Vamos ver...
Ando já há algum tempo a pensar que este blogue deve terminar pois a finalidade a que me propus, já está mais que ultrapassada.
Talvez vá criar um blogue novo, mais íntimo e fechado.
Talvez esta mudança do blogger acelere essa decisão.
Talvez...
19 abril 2012
Concursos
Gosto sempre de ver concursos na televisão.
E vejo quase todos os dias "O elo mais fraco".
É suposto, neste concurso, o locutor desmoralizar os concorrentes e tratá-los mal, mas acho que o Pedro Granger se excede e grita de mais.
Ontem, a certa altura disse: "vocês são mesmo burros. Quem é que come mais fardos de palha?"
E os concorrentes riam!!!
Meu Deus!
Como é que se pode ensinar às crianças o respeito pelos mais velhos, se a televisão lhes está permanentemente a ensinar maus modos, grosserias e faltas de respeito?
E não é só nos concursos.
É nos debates, na Assembleia da República, nas perguntas dos jornalistas aos ministros e até ao Presidente da República.
A falta de educação impera.
Acho que estou a ficar velha.
Estou a ficar muito velha...
E vejo quase todos os dias "O elo mais fraco".
É suposto, neste concurso, o locutor desmoralizar os concorrentes e tratá-los mal, mas acho que o Pedro Granger se excede e grita de mais.
Ontem, a certa altura disse: "vocês são mesmo burros. Quem é que come mais fardos de palha?"
E os concorrentes riam!!!
Meu Deus!
Como é que se pode ensinar às crianças o respeito pelos mais velhos, se a televisão lhes está permanentemente a ensinar maus modos, grosserias e faltas de respeito?
E não é só nos concursos.
É nos debates, na Assembleia da República, nas perguntas dos jornalistas aos ministros e até ao Presidente da República.
A falta de educação impera.
Acho que estou a ficar velha.
Estou a ficar muito velha...
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Ana a sua filha,
rabujices de velha,
Televisão
17 abril 2012
Cozinha
Foi desta cozinha que saíram tantos almoços e jantares, lanches e tantos e bons petiscos.
Foi aqui que a Bábá cozinhou as lampreias, galinholas e perdizes, o cabrito assado e o arroz do dia de juizo.
Foi aqui que vi fazer as filhoses, a marmelada e a geleia.
Foi nela que a Mãe passou tanto tempo a fazer as suas deliciosas queijadas e empadas.
E os suspiros.
E os palitos.
E os biscoitos de gemas.
E foi aqui que lhe dei este beijinho ternurento...
Saudades imensas duma cozinha que já se acabou!!!
Foi aqui que a Bábá cozinhou as lampreias, galinholas e perdizes, o cabrito assado e o arroz do dia de juizo.
Foi aqui que vi fazer as filhoses, a marmelada e a geleia.
Foi nela que a Mãe passou tanto tempo a fazer as suas deliciosas queijadas e empadas.
E os suspiros.
E os palitos.
E os biscoitos de gemas.
E foi aqui que lhe dei este beijinho ternurento...
Saudades imensas duma cozinha que já se acabou!!!
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Ana a sua filha,
recordações
11 abril 2012
Tempo
![]() |
Imagem tirada daqui |
Não tenho tempo...
Acho que não vou ter tempo.
Percorro as livrarias online e vejo a quantidade de livros que me falta e gostaria de ler.
Clubes de leitura, conferências, cursos, exposições...
E viagens, nem se fala. Gostava de voltar a Nova Iorque, ir à Nova Zelândia, a Berlim e à Noruega.
Queria arrumar os meus papéis.
Como eu gostaria de arrumar os papéis e blocos e agendas dispersos pela casa!
Olho para trás e penso que passei toda a vida a trabalhar sem tempo para mais nada.
Casa emprego, emprego casa.
Crianças, filhas grandes, baptizados, noivados, casamentos.
Velhice dos Pais .
Doença e morte dos manos.
Nascimento dos netos e de novo baptizados e escolas.
E como não vou ter tempo, perco tempo...perco muito tempo.
10 abril 2012
Campo
Gosto de estar no campo, sobretudo nesta época de primavera, com temperaturas amenas.
Enchemos os olhos do despontar das novas folhas dos plátanos e das flores da nossa sebe.
Foi uma sebe bem pensada pois em qualquer altura do ano há plantas em flor.
Agora eram estas:
E mesmo dentro de casa, num ou outro dia mais chuvoso, a nossa Páscoa foi enfeitada de verde que nos rodeava e víamos através das janelas:
Enchemos os olhos do despontar das novas folhas dos plátanos e das flores da nossa sebe.
Foi uma sebe bem pensada pois em qualquer altura do ano há plantas em flor.
Agora eram estas:
E mesmo dentro de casa, num ou outro dia mais chuvoso, a nossa Páscoa foi enfeitada de verde que nos rodeava e víamos através das janelas:
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Ana a sua filha,
natureza
09 abril 2012
Blogando
Percorro os blogues e encontro gente frustrada, divorciada, gente que tem o prazer de escrever e gosta de exercitá-lo, gente que está só e quer conviver, gente com ideias, gente sem imaginação, muitos "copy/paste", muita coisa interessante e muita para ocupar espaço no blogger.
Eu, escrevo quando sinto necessidade de o fazer.
Umas vezes directamente no blogger, outras em papéis avulso, outras num caderno que me vai acompanhando.
Gosto de escrever directamente, mas sai-me normalmente melhor quando escrevo com a caneta.
Há meses em que escrevo muito, outros quase nada.
Nas férias da Páscoa enchi a casa de filhos e netos.
Não escrevo.
Oiço a conversa animada das filhas.
Divirto-me com a energia esfuziante das crianças ao ar livre.
Como a Mãe, gosto deste tempo da Páscoa.
Recorda-me os rapazes da aleluia e tudo o que escrevi no seu livro:
Eu consigo fazer uma Páscoa em que as crianças se divertem imenso, principalmente por estarem todos juntos, mas...com menos religião.
Uma Páscoa com jogos de futebol, caça aos ovos, passeios pelo campo em que deram de comer a ovelhas e cabras, jogos no Ipad e filmes.
Comeram bem e regressaram a casa mais saudáveis e cheios de ar puro.
Dou graças a Deus por ter esta casa em que nos podemos, de vez em quando, juntar todos.
Foi bom!!!!
Eu, escrevo quando sinto necessidade de o fazer.
Umas vezes directamente no blogger, outras em papéis avulso, outras num caderno que me vai acompanhando.
Gosto de escrever directamente, mas sai-me normalmente melhor quando escrevo com a caneta.
Há meses em que escrevo muito, outros quase nada.
Nas férias da Páscoa enchi a casa de filhos e netos.
Não escrevo.
Oiço a conversa animada das filhas.
Divirto-me com a energia esfuziante das crianças ao ar livre.
Como a Mãe, gosto deste tempo da Páscoa.
Recorda-me os rapazes da aleluia e tudo o que escrevi no seu livro:
"As Páscoas eram outro “happening”.
Os preparativos começavam com “as limpezas grandes ou limpezas da Páscoa” que eram para a Mãe “um ponto de honra”.
Tudo saía do sítio.
Não havia canto que não fosse devidamente esfregado.
As carpetes e passadeiras iam todas para o terraço onde eram batidas com violência, os “amarelos” ficavam a luzir e as “pratas” a brilhar.
E ficava no ar um cheiro a cera e a limpeza.
Tudo isto era feito por um batalhão de criadas que a Mãe dirigia com toda a sua autoridade.
Para nós, era uma confusão a que nos fomos habituando, mas tenho impressão que nenhuma de nós nunca procedeu a esta operação minuciosa nas nossas casas. Não sei bem para que era tanta limpeza pois penso que nessa altura na Covilhã, não havia pó e muito menos poluição, como a que existe hoje em dia nas nossas cidades.
Vinha então a Procissão dos Passos, quinze dias antes de Domingo de Páscoa, na qual nós as três fomos vestidas de anjo, acompanhadas pelos confrades da Misericórdia (Avô Leitão e Avô Morais).
A Tété que ia acompanhada pelo Sr. José Alçada, seu padrinho e Provedor da Misericórdia, era sempre o último anjo e para nossa vaidade (e da Mãe) “o mais importante”.
Seguia-se a procissão de 6ª Feira Santa ou do “Enterro do Senhor” em que os anjos levavam mantilhas pretas. Esta procissão ainda hoje se realiza e é uma tradição impressionante, pois é acompanhada por um som metálico “as matracas” e passa por toda a cidade que se veste de luto, de respeito e de silêncio.
No Domingo de Páscoa esperávamos todos vestidos de “ponto em branco” incluindo o Pai que aparecia todo perfumado e com o cabelo esticado de brilhantina (o gel da época) pela chegada do Sr. Prior com os acólitos.
Era uma excitação.
Ainda me lembro, como se fosse hoje, da nervoseira que nos causava o sino que o sacristão trazia, os pingos de água benta nas nossas cabeças quando o Sr. Prior abençoava a casa e a barulheira que faziam na rua os “garotos da Aleluia”.
Cada um de nós devidamente provisionado com uns rolinhos de moedas de 1 e 2 tostões e meia dúzia de moedas de 5 e 10 tostões (que o Avô Leitão nos tinha preparado) íamos para a janela e atirávamos aos garotos que se acumulavam na rua como se fossem macacos.
Como este, muitos outros episódios da nossa infância, não nos prepararam minimamente para vivermos no Portugal do pós 25 de Abril, mas...cá nos fomos adaptando!"
Eu consigo fazer uma Páscoa em que as crianças se divertem imenso, principalmente por estarem todos juntos, mas...com menos religião.
Uma Páscoa com jogos de futebol, caça aos ovos, passeios pelo campo em que deram de comer a ovelhas e cabras, jogos no Ipad e filmes.
Comeram bem e regressaram a casa mais saudáveis e cheios de ar puro.
Dou graças a Deus por ter esta casa em que nos podemos, de vez em quando, juntar todos.
Foi bom!!!!
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Ana a sua filha,
Livro "A Minha Mãe",
recordações
04 abril 2012
1º livro
Comecei pelo princípio.
O 1º livro de A. Lobo Antunes - Memória de Elefante - edição 27ª.
Li-o de uma assentada. Em dois dias.
Se tivesse lido este livro quando foi publicado, teria detestado.
Agora, depois de ler as suas entrevistas e crónicas e conhecer bem a vida do autor, acho que o compreendi bem e consegui acompanhá-lo num dia da sua vida que descreve e em que expõe quase toda a sua vida, desde a infância à passagem pela guerra em África e toda a angústia que sente.
É um livro triste. Muito triste.
Os sentimentos de um homem separado da mulher e das filhas que continua a adorar.
Não encontra sentido para a sua vida e tanto se acha um génio, como se considera um farrapo humano sem préstimo e "com vontade de se vomitar a si próprio"!
Acho que usa e abusa de metáforas, que por vezes são cansativas e nos aborrecem, mas no cômputo geral gostei.
O 1º livro de A. Lobo Antunes - Memória de Elefante - edição 27ª.
Li-o de uma assentada. Em dois dias.
Se tivesse lido este livro quando foi publicado, teria detestado.
Agora, depois de ler as suas entrevistas e crónicas e conhecer bem a vida do autor, acho que o compreendi bem e consegui acompanhá-lo num dia da sua vida que descreve e em que expõe quase toda a sua vida, desde a infância à passagem pela guerra em África e toda a angústia que sente.
É um livro triste. Muito triste.
Os sentimentos de um homem separado da mulher e das filhas que continua a adorar.
Não encontra sentido para a sua vida e tanto se acha um génio, como se considera um farrapo humano sem préstimo e "com vontade de se vomitar a si próprio"!
Acho que usa e abusa de metáforas, que por vezes são cansativas e nos aborrecem, mas no cômputo geral gostei.
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