19 maio 2012

João




Falei pouco com ele durante a minha vida.
Respeito? Vergonha? Falta de intimidade?
Um pouco de cada.
Era o mano mais velho.
O que teve o maior sucesso pessoal e profissional.
Olhava para nós, manas, com um ar superior.
De mim fazia troça.
Chamava-me às vezes: babala!!!
Será que gostou do Livro que eu escrevi sobre a Mãe?
Nunca percebi: nem sequer sei se alguma vez o leu!
Quando penso nele, no entanto, sinto uma ternura e uma saudade profunda e indescritível da sua presença, da sua protecção. Sabíamos que estava ali. Que nos amparava. Que resolvia todos os assuntos. Que era o mano sabedor.
Que falta enorme nos fazes querido irmão!
Quando esteve doente no Hospital naqueles 15 dias terríveis de Fevereiro de 2006, tive tempo de lhe dizer: "Gosto muito de ti" e de ouvi-lo dizer: "Também gosto muito de ti!"
E não me esqueço de ele nos dizer nessa altura: "Quando se chega a esta fase da vida, só há duas coisas que interessam: a religião e a família. O resto (e fez um gesto com a mão) não o levarás contigo".
Não me posso esquecer de comentar isto contigo, no dia em que nos tornarmos a encontrar...

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