Óóóscar…, Óóóscar…, Óóóscar…!
Meia-noite.
Todas as noites, de todos os dias da semana, de todos os
dias do mês, de todos os dias do ano.
Estou a ler, à espera que me chegue a vontade de apagar a
luz, aquele torpôr que nos dá vontade
de aconchegar o edredon e entrar no
reino dos sonhos.
Óóóscar…, Óóóscar…, Óóóscar…!
São os meus vizinhos do 1º andar a chamar o gato.
Nunca tinha ouvido ninguém chamar um gato.
Estes chamam-no todas as noites.
Para mim, um gato é um animal selvagem.
Um gato não tem nome,
vive a saltar para os telhados , a comer ratos e a procurar outros da sua
espécie.
Este gato tem nome de pessoa e é tratado como tal pelos seus
donos.
Anda por lá na rambóia todo o dia.
À meia-noite é certo e sabido que o vão chamar para voltar
ao ninho.
Óóóscar…, Óóóscar…, Óóóscar…!
Houve um gato na minha infância parecido com o da imagem chamado "Branquinho" e que passava os dias ao colo da Bábá.
Nunca lhe liguei nenhuma.
Recordo uma manhã que acordei com um ronronar perto da minha cabeça. Era o Branquinho deitado na minha cama.
Dei um salto e o bicho fugiu.
Nunca gostei especialmente dele mas fez-me uma certa impressão pois no dia em que a Bábá morreu no Hospital, foram encontrá-lo na cadeira onde ela costumava sentar-se...morto!
Os gatos pelos vistos também se afeiçoam às pessoas.
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