Faz hoje 9 anos que a Mãe nos deixou.
Tinha pensado escrever aqui a memória que tenho desse seu último dia, mas hoje não me apetece escrever.
Deixo aqui um poema do Vinicius de que gosto muito.
Porquê? Não sei... Porque sim...
Soneto de Separação
De repente do riso fez-se pranto
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto.
De repente da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez-se o drama.
De repente, não mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sòzinho o que se fez contente.
Fez-se do amigo próximo o distante
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente.
Vinicius de Moraes,1983 in Obra Poética, 1ª ed. 1968- Comp. José Aguilar Editora
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