Uma dona de casa
Com todos estes filhos, com o Avô Morais em casa e com um marido exigente e que adorava bons petiscos, a Mãe que ao princípio entregava tudo à Bábá, foi-se tornando uma boa dona de casa e mais tarde, uma excelente cozinheira.
Teve a ajuda de óptimas criadas e dirigia aquele batalhão, com muita exigência, mas também com grande humanidade e amizade.
Lembro-me de ver sempre, tanto na Covilhã como na Quinta, imensa gente a almoçar e a jantar na cozinha. Gente que trabalhou muito, que deu uma grande ajuda, que assistiu a todas as nossas alegrias e a todos os nossos desgostos, que nos acarinhou, que tem cada uma delas um lugar especial no nosso coração e que foi sempre tratada com grande amizade e reconhecimento.
Não posso deixar de referir alguns nomes de empregadas que foram para nós referências de uma determinada época das nossas vidas e da vida da Mãe:
- Maria de Jesus Pombo – (Jú de Manteigas - sobrinha da Ana) – que foi lá para casa para brincar com o meu irmão João e acabou por só sair para ir para casa dele quando se casou. Foi ela que criou todos os meus sobrinhos. É uma grande amiga que ainda temos.
- Maria de Jesus Lino (a Jú da Zita) – esteve em nossa casa cerca de 15 anos e lembro-me dela sempre a passar a ferro, os nossos bibes brancos com folhos e toda a roupa da casa. Saiu numa determinada altura para ir para a Santa Zita mas voltou cheia de saudades. Tinha umas mãos geitosíssimas e foi uma grande amiga. Casou já com uma certa idade e apesar de termos notícias dela perdêmo-la de vista.
- Ressurreição – Uma ruiva que nos levava uns grandes cestos de almoço à praia da Figueira da Foz, toda fardada de branco.
- Maria dos Anjos – era do Sarzedo e uma óptima cozinheira. Com esta passou-se uma história giríssima. A Mãe adorava pregar partidas de carnaval. Estávamos todos à mesa a comer uma açorda de bacalhau a que chamávamos “açorda da caspa” pois era coberta de pão ralado e a Mãe começou a dizer que estava preocupadíssima pois a M.ª dos Anjos tinha uma dentadura que lhe estava larga e que lhe tinha desaparecido. O Pedro que estava deliciado a comer a sua açorda, dá um grito: “a dentadura da M.ª dos Anjos caiu no meu prato....ihhhh!”. Nenhum de nós se tinha lembrado que ela nem sequer tinha dentes postiços...!
- Emília – uma eficientíssima criada de fora, que também esteve connosco anos sem fim.
- Rosa de Orjais – uma rapariga simpatiquíssima que se apaixonou pelo Zé, pintor lá de casa e namoravam com o consentimento da Mãe, na sala da copa. Casou, continua a viver na Covilhã e é também uma grande amiga.
- Maria de Orjais – Entrou muito novinha lá para casa e o Pedro quando veio a férias fez a Mãe prometer que a mandava estudar, pois era muito nova para estar já a trabalhar. Lembro-me que ele com a sua grande preocupação com os outros, já ia a descer as escadas para ir para o Colégio e dizia e insistia com a Mãe: “Mande-a estudar, promete?”
- Lurdes de São Vicente – um terramoto de despacho e perfeição. Esteve também muitos anos lá em casa e ajudou a Mãe já com os netos. Lembro-me dela já casada e com um filho, o “Txico Maneli”, continuando a dar ajuda lá em casa e a tomar conta da Joana minha sobrinha quando tinha 1 ano e dizia: “Minha sãnta, minha linda, minha piura, piura, piuríssima, sãntíssima....” e estava nesta lenga lenga, horas sem fim. Um amor por nós e pelos nossos filhos, como agora já não se encontra.
- Maria Rosa Escumalha – uma miudinha filha de gente muito pobre, com um apelido que nem se acredita que exista, mas que foi uma grande ajudante da Mãe já na fase dos netos, pois brincou com todos e tratou de todos.
A Maria Rosa com o Gonçalo, Joana, Filipe, Rita e Inês
- Lembro-me que deixei na Covilhã a minha filha Rita com 2 meses pois eu tinha sido operada e não podia trazê-la para Lisboa. Dormia com ela e tratou-a lindamente, mas não se coibia de brincar com ela como se fosse uma boneca e quando lhe dava banho dava-lhe “amonas” como se fosse numa piscina... Tanto a Mãe, como mesmo o Pai, trataram-na como filha e várias vezes quando foram passar fins de semana ao Hotel da Figueira levaram-na com eles.
- “And the last but not the least” a Luisa da Conceição Alves – começou a sua carreira connosco como empregada do consultório do Pai, passou depois a fazer uns trabalhos de costura lá em casa, foi-se habituando a cozinhar, aprendeu a temperar com a Bábá, a fazer as famosas queijadas e empadas da Mãe, o arroz de dobrada, o arroz de polvo, o cabrito assado, os bifes à portuguesa, o pudim de leite (sobremesa preferida do Sr. Dr.) o arroz doce, a pôr a mesa, a engomar e transformou-se com a morte da Bábá e com a saída para se casarem de todas as outras, na única, na grande companheira dos meus Pais na sua velhice. Só foi pena que não quisesse vir para Lisboa quando a Mãe se mudou definitivamente para cá. Esteve 40 anos com os meus Pais, mas não assistiu nem participou na parte final da sua vida. Foi pena.
A Mãe com a Luisa, a Rosa, a Maria de Orjais e a M.ª José na cozinha da Covilhã
Não posso deixar também de falar na menina Alice que foi costureira lá de casa desde que nascemos e que foi uma grande amiga, assistiu ao nosso crescimento e contou-nos histórias intermináveis que nos deliciavam. Uma das boas recordações de infância que tenho bem viva, é a de estar a vê-la “chuliar”, subir bainhas e fazer vestidos (os nossos eram todos feitos por ela), ouvir as suas histórias e vê-la mexer a braseira de brasas...
E houve muito mais gente que ajudou a Mãe na nossa infância e adolescência: a Olinda de Jesus Ventura, que foi primeiro criada em casa da Avó Aurora e terminou lá em casa de onde se casou, a Maria José que foi mulher a dias já quando a Luisa passou a ser a única, a Graça, a Zulmira, os caseiros da Quinta, o Manel Cardina, imensas pessoas que nos acarinharam e a quem devemos parte do que é cada um de nós.
Com a ajuda de todas estas pessoas, a nossa casa foi sempre durante toda a vida da Mãe, um local de encontro de muita gente.
Recebeu os amigos dos irmãos que iam para o terraço jogar hockey em patins, as nossas amigas que frequentemente vinham do colégio lá para casa e acabavam por jantar e muitas vezes por dormir, os primos Rui e Jorge que passavam lá a vida em grandes brincadeiras...
Organizou festas de bailarico no terraço quando os meus irmãos começaram a gostar, todos os nossos aniversários eram festejados, ou lá em casa ou na Quinta, sempre com todos os nossos amigos que a Mãe conhecia um por um, tendo por cada um uma atenção e um carinho especial.
Assistimos vezes sem conta ao “lavarinto” (azáfama) da feitura da marmelada e da geleia, do doce de abóbora, das queijadas e das empadas.
Deslumbrámo-nos com a Bábá, com uma toalha de linho no colo, a amassar as filhoses num enorme alguidar de barro e a tendê-las no joelho
Ainda hoje em dia sou incapaz, mesmo que me digam que é muito fácil, de fazer qualquer compota. Lembro-me sempre do atarefamento daquela cozinha, dos grandes panelões com os marmelos a cozer e do número de pessoas que andavam à volta daqueles cozinhados complicadíssimos.
Lanches, almoços, jantares para amigos seus e nossos, a nossa casa foi sempre um espaço aberto a toda a gente e onde todos se sentiam bem.
Os amigos e as viagens
Com o seu feitio de “Zé povinho” como o Pai lhe costumava chamar, toda a gente na Covilhã a conhecia.
Ir com ela à rua era infernal pois começava a falar com a mulherzinha que encontrava e que tinha uma série de filhos e perguntava-lhe pela família e interessava-se pelos seus problemas, depois eram os donos e empregados das lojas e pastelarias que éramos obrigados a cumprimentar: o Sr Ilídio, o Sr. Chagas, o António do Centro Cívico, a D. Manuela do talho, e mais este e mais aquele.
Dizia-nos muitas vezes: “devemos ter amigos até no inferno!” e outra frase sua: “nunca fechem portas, abram os vossos corações aos outros” e ainda: “toda a gente tem qualidades é preciso é saber procurá-las”.
E estas máximas que nos “pregou” viveu-as intensamente.
Teve sempre imensos amigos e pessoas que gostavam dela.
Em solteira e além das primas Matos, das suas futuras cunhadas e da Flávia e da Eugénia Barata de que já falei em capítulo anterior, tinha uma grande amiga que a ajudou muito quando lhe morreu a Mãe, mas que morreu cedo e por quem nos ensinou a rezar desde pequeninas - Maria Adelaide Catalão (a LaiLai). Ainda hoje rezo por ela, embora nunca a tenha conhecido. Dava-se também muito com as Cruz – Magda e Fernanda Baltazar tia e mãe da Zé Baltazar, com a Genita Tavares e com as Espigas – Ilda e Maria José (Ti Ló que me ensinou a ler e Tia da Lila, irmãs do Sr. Alexandre Espiga).
Nos primeiros anos de casada, começou a dar-se com M.ª Cândida mulher do Dr. Carlos Coelho, pais dos nossos grandes amigos Cáuá e Mané Coelho, Florinda mulher do Dr. Luis Alçada (pais do António José, Zé Luis, João Nuno e Meca, também nossos grandes amigos de infância), Ema e Ramiro Pontífice e também muito com a Srª D. Maria José Macedo mulher do Sr. José Alçada que embora mais velhos, tiveram sempre o Pai como médico e a Mãe como grande amiga.
Alexandre Espiga, seu amigo de solteira, casou-se com Maria Helena Carqueijeiro que chegou à Covilhã vinda de Setúbal, sem conhecer ninguém.
O mesmo aconteceu a Maria Leonor Pinheiro que, nascida em Soure perto de Coimbra, veio casar à Covilhã com um amigo do meu Pai de solteiro, Fernando Alçada.
A Mãe fez às duas o melhor ambiente e foram elas as suas maiores amigas durante o resto das suas vidas.
Com Maria Helena Espiga João e Alexandre
Com a sua amiga Maria Leonor Alçada
Como a Mãe não tinha irmãs, estas duas Senhoras que nós todos consideramos da nossa família, foram as suas irmãs muito chegadas e queridas.
Entendiam-se as três lindamente. Entre a Mãe e a Sr.ª D. M.ª Helena, principalmente, havia uma intimidade enorme e um carinho especial pelos filhos de cada uma. Trocavam receitas, combinavam jantares e almoços, aconselhavam-se mutuamente.
Os jantares no dia dos anos do Sr. Espiga a 27 de Dezembro eram uma tradição que nós todos adorávamos com a deliciosa “sopa dourada” especialidade da Sr.ª D. Maria Helena.
Iam muitas vezes almoçar à Serra a casa da Srª D. M.ª Leonor e cada uma levava um petisco. Estas almoçaradas faziam as nossas delícias pois brincávamos à vontade por aquela grande serra e eram muito apreciadas pelos nossos pais que gostavam de comer bem.
Mais tarde chegaram à Covilhã os Camarates (Tio Amável e Tia Fernanda) que também ficaram íntimos lá de casa, pois a Mãe foi a primeira a abrir-lhes as portas e a fazer-lhes o melhor ambiente.
Lembro-me de ter ido com a Mãe visitá-los logo que chegaram e de ter visto o Tói muito gordito a começar a andar.
Vieram depois os brasileiros (Eduardo e Vânia) que também contaram com a simpatia e hospitalidade da D. Maria da Luz.
E outros chegaram e foram todos bem acolhidos: a Marisa e a Mari Loli (espanholas), a Maureen e a Marilyn (inglesas), a Britta mulher do Manel Tavares (Sueca) e muitos mais que não consigo lembrar-me.
Foram ainda muito amigos dos Tios Zé e Maria Luisa Lages. A Tia Luisa, foi mais tarde recebida, com todo o carinho, a passar um longo período lá em casa quando ficou viúva e com problemas financeiros.
Mais tarde, deram-se com pessoas mais novas e companheiros das idas para a Figueira, como os Óscares, a Wanda e o António Fiadeiro e outros...
Com o seu espírito aberto e arejado, a Mãe acabou por ter principalmente como amigos, pessoas de fora que iam viver para a Covilhã.
O Pai adorava viajar. Assim, sempre que podiam e sabendo que nos deixavam bem entregues (ao cuidado do Avô Morais e das óptimas criadas), iam dar um giro.
O Pai teve também alguns congressos sobretudo um na Suíça de que ouvi falar bastante que foi uma viagem inesquecível.
Convidaram para os acompanhar a Srª D. Ema e o Sr. Ramiro Pontífice e foram no Studbaker verde do Pai que segundo a Mãe contava, quando chegaram ao Hotel em Zurich, parecia um carro de brincar ao pé dos espadas que lá estavam.
O Studbaker verde
Os Pontífices foram uns companheirões, pois gostavam de viver à grande e transformavam as viagens em ocasiões divertidíssimas.
Com os Pontífices e Espigas no Lido em Paris
Antes de irem para qualquer sítio o Pai estudava cuidadosamente os guias e quando chegava a qualquer parte, era como se já tivesse lá estado. Conhecia tudo e sabia perfeitamente o que valia a pena ver.
Tinha que controlar bastante a sua rica mulher pois nessa altura as compras no estrangeiro eram muito apetecíveis em primeiro lugar, porque o escudo era uma moeda forte e valia a pena comprar as coisas fora e em segundo lugar, porque cá havia muito pouco.
Eram uma excitação as chegadas da Mãe das viagens, sobretudo quando iam a Espanha, pois trouxe-nos presentes que faziam o nosso deslumbramento.
Lembro-me das “Mariquitas Peres” que eram umas bonecas de celulóide, com uns cabelos verdadeiros que se podiam pentear e um guarda roupa para todas as ocasiões. Nunca brincamos muito com elas porque a Bábá entendia que eram mal empregadas, vestia-as e penteava-as, mas punha-as fora do nosso alcance.
Acabaram por servir de brincadeira às nossas sobrinhas que as destruíram.
Lembro-me também das “chocas” (anoraks de fazenda) que não havia cá em Portugal, que nos trouxe de Paris e que nunca tinham sido vistos na Covilhã.
E...sapatos, sapatos, montes de sapatos e sapatilhas que a Mãe adorava comprar.
O Pai, apesar de ser bastante económico, não gostava de contar os tostões quando iam viajar e por isso dava-se bem com o casal Espiga que foram os grandes companheiros, sempre que saíam para o estrangeiro.
Com eles foram a Tanger, a Paris, a Barcelona, a Palma de Maiorca, a Madrid, a Salamanca, etc, etc.
No Aeroporto de Barcelona a caminho de Palma de Maiorca
Mais tarde, em 1955, fizeram uma viagem com os seus dois meninos, de carro, como prémio de terem terminado os estudos no liceu, em que lhes foram mostrar Espanha, França e Bélgica e na qual o João era o jornalista de serviço e o Pedro o tesoureiro.
O João tem uma divertida crónica dessa viagem que nos leu outro dia na sua casa e que nos fez rir, não só por mostrar como o Pai era organizado na preparação das suas viagens, como pela ingenuidade do texto e pela ternura com que a descrição é feita.
Em San Sebastian com os irmãos (o João tirou a fotografia)
Nós as três também tivemos direito a uma viagem prémio do 7º Ano, mas fomos só até Tuy, Vigo e La Coruña.
Fomos também numa excursão do Colégio, de camioneta, em que iam as madres, as alunas e respectivas Mães, a Santiago de Compostela.
A Mãe foi a que demonstrou maior energia, esteve sempre bem disposta, nunca se maçou com as precárias condições em que as freiras, coitadinhas, nos instalaram e na parte final da viagem fez uns versos de pé quebrado, dedicados a cada uma das pessoas que iam na viagem, que nós cantámos ao microfone com a música de “Linda morena, morena linda”.
Lembro-me de alguns:
“Vamos agora versar
Em versos de pé quebrado
E para principiar
Quero dizer obrigado.
Primeiro às mestras amigas
A paciência e o carinho
Com que ouviram as cantigas
deste grupo maluquinho.
Depois à animadora
Desta bela excursão
A simpática Professora
Maria da Ascensão
E vamos lá criticar
Ao sabor da fantasia
O alegre circular
desta amável companhia.
P’ra começar pela frente
Já viram a Fernandinha
que principiou tão doente
E vai tão animadinha.
Florindinha a diplomata
Na fronteira portuguesa
Mostrou ter uma grande lata
Fez trabalho com limpeza.
Maria Helena sofreu
Com saudades do queridinho
Que prometeu ir a Viseu
E se enganou no caminho.
A Santa Leonorzinha
Trouxe manteiga a fartar
Como está muito magrinha
Aproveitou p’ra engordar.
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Faltam ainda las niñas
Que se portaram muy bien
Foram gentis coitadinhas
Disseram a tudo amen.
Isto mostra o caracter jovial que tinha a minha Mãe.
Tirava partido de todas as situações e como ela muitas vezes nos dizia: “Para ser feliz é preciso querer ser feliz”
Apesar de todas estas viagens e de em nossa casa nunca ter abundado o dinheiro, houve sempre espaço para nos proporcionarem boas férias.
Fomos alguns verões para Espinho, depois fomos durante 3 anos para São João do Estoril e passamos depois a ir para a Figueira da Foz onde todos nós nos divertimos imenso e tivemos grandes grupos de amigos.
1951 - Estoril
E todos os Setembros eram sagrados na Quinta.
Os filhos vão para longe
Ainda muito pequenos (com apenas 10 anos) tanto o João como o Pedro foram para o Colégio Militar.
Este Colégio era considerado dos melhores, mas visto à distância, parece uma coragem enorme, tanto do Pai como da Mãe, terem deixado ir estas crianças para tão longe.
O Titó e a Tia Esther foram o seu grande apoio em Lisboa. Todos os fins de semana iam passá-los a casa dos Tios que passaram a ser os seus segundos Pais.
A nossa convivência com os irmãos passou a ser apenas nas férias.
As comunicações nesta época eram difíceis e o contacto com os filhos era feito principalmente pela Mãe que lhes escrevia enormes cartas.
A Mãe era bastante machista e lembro-me ainda hoje que cada vez que os meninos chegavam para férias, eram os reis da casa. Eles contavam, eles falavam e nós, raparigas, ficávamos deslumbradas com a inteligência dos manos.
A Mãe esmerava-se em lhes dar os petiscos que eles mais gostavam: o célebre arroz de dobrada, o arroz de polvo com tortilha, o arroz de água de feijão, os bifes de São Vicente, os pastéis de molho, o cabrito assado, etc, etc.
Em 1957 foi a minha vez de ir para o Colégio do Sagrado Coração de Maria em Lisboa, para fazer o sétimo ano que nessa altura não havia na Covilhã e em 1959 saiu a Tété para o Colégio do Sardão em Vila Nova de Gaia.
O nosso contacto com a Mãe passou a ser através de cartas e mais tarde de telefonemas semanais que punham as contas do telefone em valores exorbitantes, dos quais sempre me lembro do Pai refilar.
A Mãe dizia que como não ia ao cinema nem ao teatro, o telefone era o seu companheiro e a única maneira de ir acompanhando os filhos.
Apenas ficou a Isabel em casa, pois já apanhou o 7º Ano na Covilhã e foi a companheira dos dois, durante mais tempo.
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